Não entres nessa noite acolhedora com doçura
Não entres nessa noite acolhedora com doçura,
Pois a velhice deveria arder e delirar ao fim do dia;
Odeia, odeia a luz cujo esplendor já não fulgura.
Embora os sábios, ao morrer, saibam que a treva lhes perdura,
Porque suas palavras não garfaram a centelha esguia,
Eles não entram nessa noite acolhedora com doçura.
Os bons que, após o último aceno, choram pela alvura
Com que seus frágeis atos bailariam numa verde baía
Odeiam, odeiam a luz cujo esplendor já não fulgura.
Os loucos que abraçaram e louvaram o sol na etérea altura
E aprendem, tarde demais, como o afligiram em sua travessia
Não entram nessa noite acolhedora com doçura.
Os graves, em seu fim, ao ver com um olhar que os transfigura
Quanto a retina cega, qual fugaz meteoro, se alegraria,
Odeiam, odeiam a luz cujo esplendor já não fulgura.
E a ti, meu pai, te imploro agora, lá na cúpula obscura,
Que me abençoes e maldigas com a tua lágrima bravia.
Não entres nessa noite acolhedora com doçura,
Odeia, odeia a luz cujo esplendor já não fulgura.
Dylan Thomas
hoje escrevi 7 vezes uma mensagem e a apaguei, arrependendo-me de enviar antes mesmo do envio. acabei não mandando a bendita mensagem, e para um ariano igual a mim, comedimento nunca foi meu talento, talvez esteja ficando velho e aprendendo a medir as coisas, calculando se a energia do querer resulta em alegria ou em desapontamento.
acho melhor entrar nesta madrugada nada acolhedora com doçura...
Não sei se peço por impulsos, ou por controle... Fica a dúvida para um ariano caprichoso
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